domingo, 17 de julho de 2011

Ironias


Ai que saudades do tempo de criança. Naquela época tudo era maravilhoso: estar na casa da avó aos domingos, brincar na rua de pique - esconde, correr na praia, andar de bicicleta... eram inúmeras delicias os momentos vividos. Havia também os momentos em que uma coisa simples te arrancava um choro doloroso, um trovão era motivo pra correr pro colo do papai, um arranhão arrancava um suspiro de dó da mamãe.
O tempo passou, foi chegada a adolescência. Fase complicada: primeiro amor, primeiro beijo, primeira desilusão; desilusão essa que te fez chorar por dias dizendo a todos que não era nada; construção de amizades verdadeiras e aquelas também que julgávamos ser pra sempre, mas que foi desfeita num passe de mágica: não era verdadeira.
Diante da saudade do passado vem o desejo de construir uma máquina do tempo para retornar aos momentos perfeitos da infância, mas num instante cai a ficha e lembro-me que esse desejo de viajar no tempo vem desde criança. Naquela tenra idade meu desejo  era conhecer o futuro, ficar adulto porque naquela época não sabia que ali era o melhor lugar, ali na casa da vovó, no colo do papai, nas brincadeiras inocentes. A saudade aperta na medida em que as coisas se complicam mais, quando os domingos são monótonos, quando já não podemos mais correr pros braços de nossos pais, quando a vida é severa demais e já não se pode mais chorar um choro doloroso, nem se esconder debaixo dos lençóis como costumávamos fazer quando o trovão era muito forte. 

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