terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Desajuste Familiar


Através da linha do tempo foram percebidas grandes modificações no sistema familiar. A família tradicional deixou de ser a principal, nossas concepções a cerca da estrutura familiar foram formadas e aumentou a preocupação quanto à solidez da família. Nunca se falou tanto em violência familiar quanto se fala hoje; sabe-se que há vários tipos de violência a qual atinge as mulheres como vítimas, os homens como culpados e os filhos como esponjas. Futuramente as esponjas serão vítimas ou culpados e esse ciclo vicioso perdurará por gerações. Assim sendo, analisamos a família como ambiente de proteção ou de risco?
De acordo com pesquisas somos levados a crer que o sistema familiar a cada dia se desestruturaliza propiciando um ambiente de risco ao invés de ser um lugar onde o indivíduo usaria como refúgio e base. A violência é caracterizada pelo ato de violentar alguém ou algo, pelo aspecto jurídico ela é definida como um constrangimento físico ou moral exercido como forma de obter alguma coisa contra a vontade de alguém; ela pode vir também disfarçada de educação: os pais agem de forma rígida, isto é, agredindo e constrangendo seus filhos sem se ter, em alguns casos, a consciência plena do ato violento já que apreendeu esse método de educar como único e infalível por ter sido essa a forma de educação lhe imposta.
Talvez seja a própria sociedade a formadora do caráter violento, uma vez que na infância os meninos são lançados à frieza e as meninas à submissão. Segundo a Teoria da Matriz da Identidade (Jacob Moreno, 1925) a mãe se aproxima da filha e se distancia do filho (Marta Echenique, 2004). Isso gera na menina dependência do outro e no menino independência, nesse aspecto a diferenciação de gênero passa a ser gritante e transmitida as gerações seguintes como um fator hereditário.
Tendo em vista a relação de gêneros ditado pela sociedade, temos mulheres representando seu papel de submissão e homens de valentão. Em muitos casos o silêncio se justifica pela dependência financeira ou amorosa; em outros casos por terem sido condicionadas a receber a violência como forma de atenção. Mas os filhos sentem-se péssimos diante dessas circunstâncias por saber que existe algo errado, mas que não se pode fazer muito por isso: seja pelo medo de mais uma violência ou porque se trata da sua família e não quer ser o responsável por ela ter acabado ou ainda pela questão do segredo familiar peculiar a cada sistema e pelas questões primeiras de concepção de família pelo indivíduo: fidelidade e lealdade (Jacob Moreno, 1925). Os membros acabam interiorizando esse sofrimento que vem como um desajuste familiar em que todos sofrem por ser a família um tipo de sistema que quando um não está bem acaba por desestruturar a todos.
Há, porém a terapia familiar a qual trabalha com todo o sistema familiar, busca as causas da violência através das gerações não culpando ninguém pela violência, mas compreendendo os possíveis fatores que levou determinada família a se desestruturalizar.

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