sábado, 22 de janeiro de 2011

Lembranças


Penso na lembrança como algo pertinente à consciência abstrata, uma idéia que, a partir de um momento que reporta, traduz o sentimento e justifica o tempo que vivemos. 


Às vezes parece que foi ontem, aprendemos a engatinhar, a andar, dizer as palavras primordiais “papai” e “mamãe”, primeiro dia do colégio, primeiro contorno de letra feito, primeira palavra escrita, primeiro (a) amigo (a), primeiro banho de mangueira, primeira dormida fora de casa, primeiro beijo, primeiro (a) namorado (a), primeira perda, a formatura do colégio, dizendo adeus. Aquela sensação que você tem aos 17 ou 18 anos, que ninguém no mundo esteve tão próximo, amou tão ferozmente, riu com tanta vontade... Ou importou-se tanto assim. Às vezes parece que foi ontem, e às vezes... Parecem as lembranças de outra pessoa. Ao final, nos damos conta que o tempo passou isso passa só de lembranças, algumas gostosas ao serem vivenciadas novamente em nossos sonhos, mas têm outras que fazemos de tudo pra não serem guardadas. Foram lembranças que o tempo por mais que queiramos não puderam mudar, elas aparecem como dias chuvosos, trazendo marcas no tempo. Essas marcas dão vida aos sentimentos mais profundos e deixam saudades dos momentos não vividos e das palavras não ditas. Por fim, é apenas o tempo que passa, deixando as águas rolarem e o trem seguir o seu destino, fazendo parada em outra estação, com outros passageiros, outros sonhos e talvez outras razões. Então é um grande momento para olharmos para o agora e curti-lo, pois o momento se vai tão rápido que se não curtirmos teremos a impressão de que o tempo passa rápido, mas na verdade somos nós que não sabemos vivenciá-lo no momento oportuno. Para que tenhamos boas lembranças é importante que façamos coisas especiais: sorrir, brincar, amar, chorar, gritar, pular... Enfim coisas simples, mas que nos proporcione a sensação de momento válido.

2 comentários:

  1. Sinceramente as lembranças doem porque não posso revivê-las, mas deixa a certeza de que o momento valeu a pena.

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  2. Nossas vitórias e derrotas. Alegrias e tristezas. Amores e desamores. Ilusões e desilusões. Sonhos. Sucessos e insucessos. São essas recordações e lembranças de fatos que constituem a nossa personalidade. Quem fomos, quem somos e quem queremos ser. O que fizemos, o que fazemos e o muito que temos para fazer. Cada etapa vivida constitui um tijolinho que constrói a nossa história.

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